Tuesday, December 8, 2009
Lista #1: Coisas que descobri gostar no dia 7 de Dezembro de 2009
Sunday, November 15, 2009
Thursday, October 29, 2009
Previsões da Sarina (para o último fim-de-semana de Outubro, quiçá os primeiros dias de Novembro)
O Cadeirão de Sarina, de onde saem todas as suas magníficas previsões
Neste fim-de-semana, o comboio sairá do Oriente cruzando as lezírias do Oeste em direcção a Pombal. Esta conjuntura terá influência sobre os dois dias, conduzindo a tardes animadas no Centro Norte de Portugal. As noites serão frias e recomenda-se que se vistam agasalhos de modo a evitar os surtos de Gripe A. Se assim fizer, terá bons resultados e uma ida ao cinema será uma boa forma de evitar o ar livre e o frio que se fará sentir. Aposte em companhias agradáveis, de amigos que já não vê há algum tempo e verá que se sentirá mais animada. Esta será também uma boa altura para trabalhar, pois os resultados serão frutuosos. Procure rodear-se da família, pois os seus familiares dar-lhe-ão todo o apoio que necessita.
Boa altura para uma mudança de visual. Aproveite para uma ida ao cabeleireiro. Quem sabe, uma nova franja irá aumentar a sua auto-estima. Procure conter as suas despesas. Esta não é uma altura para esbanjar o seu dinheiro. É final do mês, caramba!
No final de domingo, será altura para despedidas. Uma nova etapa e uma nova semana terão início. Recarregue as suas energias, pois dias de trabalho se avizinham e aproximam-se novos conhecimentos.
Sunday, October 18, 2009
Algures entre o Oriente e o Ocidente, a meio está Roma
Não sou fã tremenda de Roma. A Roma que visitei não é igual à Roma de Fellini. E por isso, Roma não me diz muito. Porque não é a Roma de Fellini.
A Roma de Fellini é a Cidade Eterna, cidade das ilusões, onde os seus habitantes se entregam à busca pelos prazeres efémeros, da comida e do sexo. Talvez porque saibam que Roma é eterna e que quando morrerem, ela continuará a existir. Porque Roma basta-se a si própria. A sua herança, a sua memória basta-lhe. E, ainda que decadente, ou suja, ou somente velha, Roma continuará a viver, a respirar, mesmo quando todos deixarmos de ser.
Com um grupo de motociclistas, percorremos Roma. Partindo de Castel Sant’Angelo, passando por Piazza Navona, Piazza di Spagna, até ao Coliseu, Roma surge aos nossos olhos, a grande velocidade, num belíssimo jogo de luzes e sombras. Esta será, porventura, a Roma que todos conhecemos. Mas é, acima de tudo, a Roma de Fellini.
Thursday, October 8, 2009
Made in China III - O que Camões e eu temos em comum
Sunday, October 4, 2009
Good things come from Iceland
"Poucas coisas são tão falíveis e inconstantes como o coração que ama, e no entanto é o único lugar no mundo onde existe o sentimento de partilha."
in Gente Independente
Halldór Laxness
Bjartursdóttir ou Mera Introdução à Obstinação Humana
Thursday, October 1, 2009
Made in China II - Come on home!
Made in China I - Just another day in the office
Monday, August 31, 2009
São estas as nossas canções
Harry Patch foi um dos veteranos que sobreviveu à Grande Guerra. Esta é a homenagem dos moços de Oxford, em memória de Harry.
(Só vos digo: ora escutem...)
São estas as minhas canções
Eles dizem que não voltarão a editar mais álbuns. Não sei se gosto. Por enquanto vão fazendo canções e nós por cá continuaremos a escutá-los, seja novo e fresquinho, seja velhinho. (Pois também não sou fundamentalista no que respeita a Radiohead, um dos meus pequenos grandes e velhos prazeres.)
Thursday, August 27, 2009
Fresquinho!
Tuesday, July 7, 2009
No dia em que perdi parte de mim
Numa amena noite de Maio, passava no ecrã de uma certa rua conimbricense um tal filme japonês. Finalmente, cerca de seis anos após o lançamento do filme em Portugal, e após o seu postal promocional enigmático ter chegado às minhas mãos, finalmente assistia a Dolls. Foi este um dos primeiros exemplares da minha pequena colecção de postais gratuitos de filmes.
Um casal surge representado na imagem, ambos vestidos com trajes flutuantes e caminhando num bosque outonal. Pisam folhas de tons alaranjados flamejantes e o seu semblante é triste. No topo, aquela palavra que assumia contornos misteriosos quando combinada com a imagem: Dolls.
Fiquei com curiosidade de saber do que se tratava. Anos mais tarde, o filme chegou às minhas mãos pela mão de mais uma pequena coincidência, junto de outros filmes orientais seleccionados por uma amizade recente. O espanto é visível no meu sorriso. É chegada a hora.
Sento confortavelmente no sofá, encostada aos almofadões, taça de chá verde na mão. Os sons iniciais dos créditos aparecem. Silêncio, que se vai assistir a bom cinema.
Sunday, June 14, 2009
Arigato gozaimasu London!
Não sei se há quem ainda se delicie com coincidências. É algo que consegue sempre deixar-me maravilhada. Ou pelo menos, surpreender-me. Sejamos honestos: no mundo do been there, done that, é raro ter surpresas. Pelo menos daquelas que fazem bem ao coraçãozinho, que nos fazem dar um pequeno (sobre)salto.
Na minha mais recente viagem ao Reino – e não me refiro ao do Lars von Trier (esse fica para outra ocasião e outro post,), mas ao United Kingdom, de sua Majestade Rainha Isabel II – uma pequena coincidência: caminhando por Leicester Square, em busca de uma loja de livros em segunda mão que tem fama de ser uma das melhores – Any Amount of Books, de seu nome – avisto o Café de Hong Kong ao fundo da rua. “Estranho nome este”, penso. Aproximo-me. E eis que do lado esquerdo vejo num restaurante, placas de metal no meio da mesa. “Oh!”, exclamo, pois trata-se de um restaurante japonês. Mas não um qualquer restaurante japonês. Era – e é – um restaurante japonês de okonomiyaki!
A coincidência é de grandes proporções. Há coisa de semanas, um amigo – o meu ilustre companheiro de postcrossing (e carreguem lá no link, hein) – pediu-me que escrevesse sobre este delicioso prato japonês difícil de encontrar no Ocidente. Há já um ano que salivava cada vez que recordava as trincas dadas numa bela okonomiyaki, em Osaka. De regresso ao Ocidente, busquei o pitéu. Mas sem sucesso. Ninguém parece ligar muito a esta espécie de pizza/panqueca oriental.
Fiz uma busca, reli o guia do Japão e finalmente descobriu-se uma receita. E escreveu-se sobre o prato. Entretanto, tendo encontrado um inhame açoriano que substituísse o chinês, que serve de base à panqueca, começava a crescer a esperança de ser possível confeccionar, pelo menos, um sucedâneo de okonomiyaki.
Foi então que no meio daquela caminhada londrina surgiu o Abeno, restaurante de okonomiyaki. Estava decidido: o jantar seria okonomiyaki! E assim foi. Entrei, sentei e observei.
Curiosa a composição da clientela do restaurante. Sentada sozinha, remetida para um canto pelo único empregado ocidental – que amaldiçoei por isso – era a excepção que confirmava que a regra: apenas casais jantavam ao balcão. Agora a estatística: a maior parte dos casais tinha um elemento oriental, e na maioria dos casos, o elemento oriental era do sexo feminino.
No meio da minha reflexão, tirando notas e fotografias mentais do lugar, reflectia sobre a última experiência com okonomiyaki. Este restaurante londrino é mais fashion e minimalista que o velhinho e tradicional restaurante de okonomiyaki de Osaka onde saboreei aquela bela panqueca na internacional companhia de falantes de inglês: Ben, oriundo de San Diego, Califórnia, EUA, Mark, caríssimo neozelandês que me falou da concorrência lusitana – neo-zelandesa, Liz, a very nice londoner e Clare, a menina originária de Kentucky, o que, obviamente, lhe valeu umas fracas piadas sobre o KFC. Poverina!
Em Londres, encontrei-me só ao balcão do restaurante, encarando a okonomiyaki e trocando algumas palavras com o empregado/chef que ia confeccionando a minha apetitosa panqueca. Perguntei-lhe pelo inhame e lá me disse, surpreendendo-me com a informação que pouco inhame se adicionava, e ovo, nem vê-lo. Foi produtivo, tendo servido de base para a minha futura aventura na cozinha nipónica. No entanto, o rapaz não sabia que tempura é uma herança portuguesa. Lá tive de lhe explicar um pouco sobre as relações luso-nipónicas, evocando a sábia voz de Wenceslau de Morais. E cito:
“Os japoneses dizem: tempura (de “tempero”, ou de outro termo parecido). Tempura é qualquer artigo de cozinha, frito em azeite; correspondente ao nosso actual vocábulo “fritura”.” (in O Culto do Chá)
Fiquei um pouco triste com a cara desconfiada do moço. Os ingleses desconfiam sempre de um facto deste género, talvez por sermos um país pequeno. Mas a verdade é que, ainda que a milhares de quilómetros de distância e mesmo que separada por séculos, o facto é que conseguimos deixar uma marca nos lugares por onde nós, almas lusitanas, passámos.
E viva o 10 Junho atrasado! Hip, hip, hurra! Contra os bretões, marchar, marchar!
Friday, May 1, 2009
O sócio 13.123 do Belenenses
Nesse dia ainda, recordo as imagens que passaram várias vezes na televisão - na RTP – com o monolugar a embater brutalmente contra a parede de betão, na curva Tamburello, em Imola, no Grande Prémio de San Marino. Dizem que o carro entrou na curva a mais de 300 quilómetros por hora, mas que, ainda assim, desde que iniciara a derrapagem, o piloto conseguira reduzir a velocidade para uns 200 quilómetros por hora. Porém, não foi o suficiente para conseguir evitar a colisão.
Vem-me à memória também o funeral, visto do ar. Esse vi-o em casa da minha avó, creio que à hora de almoço, antes de voltar para a escola. Um grande aparato em torno do carro funerário, ladeado por muitas motas.
Hoje, enquanto lia o Público, a propósito dos 15 anos da morte de Senna, fiquei a saber da ligação do piloto a Portugal, pois refere-se que o brasileiro seria o sócio 13.123 do Belenenses. Pensei para comigo, com alívio, que bom que era que Ayrton Senna se tivesse dedicado à Fórmula 1 e não ao futebol…
Há cerca de ano e meio, tive a oportunidade de conhecer o sobrinho de Ayrton Senna, de seu nome Bruno Senna. Fora a Macau para participar no Grande Prémio. Foi uma festa. O rapaz por lá andou, nos dias que antecederam a prova e em que já se podia escutar o barulho dos motores dos carros e das motas ao acordar (eu morava perto da famosa curva do Lisboa, onde alguém acaba sempre por se espatifar, normalmente algum maluco de mota).
No dia das classificativas, o rapaz mal deu umas voltinhas ao circuito da Guia. Estragou o carro. Não deve ter chorado mais por isso, parece-me. Quanto a mim, também não me surpreendeu muito. O rapaz foi uma pequena desilusão. Completamente desprovido de carisma, pouco tinha que ver com o tio. E o talento para a condução, também não parece abundar. Não tem mãozinhas para aquilo. E nisto do desporto automóvel, é um bocado como o piano: ou se tem mãos e talento, ou não. E mais nada.
Mal me lembro de o ver em pista, agora que penso melhor. A recordação mais marcante do moço é ele a tirar os ténis para entrar dentro do antigo monolugar do tio, que é peça central do Museu do Grande Prémio de Macau. O tio era mais pequeno. E mais maneirinho. E nisto dos monolugares, ser “piqueno” é ponto a favor. Deve ter sido por isso que na sua breve passagem pela Fórmula 1, Alex Wurz, embora bem jeitoso, nunca tenha ido muito além nas corridas de monolugar, ainda que fosse o presidente do sindicato dos pilotos: era, no seu tempo, o mais alto, com cerca de 1,86 m e pesadote, indo além dos 80 quilos. A constituição do moço não ajudava. Mas não deixava de ser bem bonito, é de frisar. Loiro, olhos azuis penetrantes e um sorriso terno e suave faziam dele – a meu ver – um bom partido.
Rebuscando um pouco mais o baú das memórias da F1, vem-me à mente o ano de 1999. Ano fatídico para “Schummi”. Corria o querido mês de Agosto, quando, em Silverstone, o já na época bi-campeão de Fórmula 1, ao volante de um Ferrari, se despista e acaba no meio da barreira de protecção de pneus. Nesse dia o senhor apenas partiu uma perna, mas um dos bombeiros presentes foi atingido por um dos pneus que saltou com o impacto, tendo acabado por falecer. Por sua vez, o título de campeão do alemão “foi para o galheiro”, como se costuma dizer nos meios populares.
Ironicamente encontrava-me no Brasil, eu que nunca tivera muita estima por Schumacher. No ano em que Senna falecera, ele saiu a ganhar: sem a concorrência do brasileiro, o alemão acabaria por conquistar o seu primeiro título mundial. O primeiro de sete, o que faria de “Schummi” alguém ainda maior que o argentino Juan-Manuel Fangio, que até 2001 era o único piloto a ter alcançado a fasquia dos cinco títulos na F1.
Com Schumacher de fora, o campeonato animou-se um pouco e a certa altura havia quatro potenciais candidatos ao título. Contas feitas, se as coisas corressem bem a cada um deles, era matematicamente possível ver Eddie Irvine, Heinz-Harald Frentzen, David Coulthard ou Mika Hakkinen levar para casa o cobiçado troféu. O ragazzo irlandês da scuderia italiana esteve bem próximo disso. E era por Irvine que eu torcia. Por Irvine, ou por Frentzen, um moço alemão bem apessoado que já fora da mesma equipa de Schumacher em tempos idos. Infelizmente, o irlandês não parecia talhado para campeão e na prova final do campeonato de 1999, no Japão, deitou tudo a perder, atirando para o colo do finlandês o título de campeão mundial de Fórmula 1.
Ah, aquele foi um bom ano. Não me recordo de ver tanta gente “à cata” do título. Foi mesmo emocionante, diria. Mas esses tempos já acabaram. Os pilotos do tempo de Senna foram-se retirando da modalidade e também o meu entusiasmo foi esmorecendo. Foram-se Gerhard Berger, Jean Alesi, Johnny Herbert, Damon Hill, Mika Hakkinen, Eddie Irvine, Heinz-Harald Frentzen e mesmo Michael Schumacher. Em memórias passadas ficam outros nomes sonantes, como o de Alain Prost, do bobby Nigel Mansell e também de Niki Lauda. Eram outros tempos, eram. O tempo em que as partidas eram aparatosas, em que sempre alguém ficava para trás logo na primeira curva, mas ninguém se aleijava muito. E nós cá em casa ficávamos agarrados à televisão, sempre na expectativa, à espera de ver quem seria o bravo que cortaria a linha da meta em primeiro. Belos tempos esses. Belos. Mas idos.
Tuesday, April 14, 2009
Em Busca da Casa Perdida
Tudo começou há alguns anos durante o exame da cadeira de Comunicação Audiovisual (não seria bem este o nome, creio, mas é irrelevante). O filme era North by Northwest do mestre Alfred Hitchcock e tínhamos de descrever plano por plano uma sequência de poucos minutos, em que vemos a personagem de Cary Grant aproximando-se de uma casa que pensamos ser de Frank Lloyd Wright, ou mesmo de John Lautner. A incógnita despertou o meu interesse e começou a busca por tal casa. Este fim de semana desvendou-se o mistério: a casa não existe. Inspirando-se em Frank Lloyd Wright, o realizador britânico criou-a somente para albergar as cenas finais do seu filme. Não passa por isso, de um mero "prop".
Despertada a curiosidade, acabei por dar de caras com este documentário, Los Angeles Plays Itself. Vale a pena dar uma espreitadela a estas casas, verdadeiras obras de arquitectura. Ainda que muitas vezes sejam maltratadas pelos argumentos que as albergam.
Friday, April 3, 2009
It's a Mini!, she said twice
Pequenino, vermelho e de tecto branco, o elegante Clubman é um Mini. “It’s a Mini!”, she said. Não se creia que os "cantantes" britânicos possuíam Clubman’s. Seriam antes, de fonte segura, pequenas edições especiais. Afinal, quem pode, pode.
Inicialmente, quiçá à falta de melhor, o seu nome era simplesmente "Caixa-Laranja". Mas nesse tempo, o carro, o Mini como o conhecemos, não existia ainda. Era apenas um protótipo como muitos outros. Porém, nem mesmo em 1959, ano de lançamento, tinha ainda o nome pelo qual o conhecemos. Ainda nesse ano, o Mini não era ainda Mini. O nome estabeleceu-se definitivamente apenas em 1961.
A ideia inicial de Sir Alec Issigonis, o criador do popular automóvel, era desenhar um veículo pequeno, mas espaçoso, e que não consumisse muito combustível. Eram esses alguns dos requisitos que la piccola machina deveria preencher – aliás, o projecto surge precisamente no seguimento da Crise do Suez e consequente racionamento dos combustíveis.
Após o seu lançamento em 1959, os anos passaram e o carro foi sofrendo pequenas mutações. Não é possível comparar um dos primeiros modelos com um dos últimos Mini’s produzidos já no saudoso ano de 2000, já quando a Rover havia sido desmantelada e os direitos de produção do Mini vendidos à bávara BMW.
O pequeno Clubman vermelho de tecto branco é de 1974. Carro revolucionário. Porventura produzido em Setúbal, nesses tempos idos em que o automóvel era também montado em Portugal e em Itália e não apenas em países de língua inglesa. O Mini fala originalmente inglês, mas a sua fama vai além fronteiras.
Veículo de competição, venceu por três vezes o clássico Rallye de Montecarlo e desafiou todos os que duvidavam da capacidade de mr. John Cooper de conseguir transformar o pequeno Mini num campeão de velocidade.
Foi também estrela de cinema. E muitas vezes, para explicar de que se trata a brasileiros, afirmar que é um carro idêntico ao que mr. Bean conduz é suficiente. Porém, ficou famoso com The Italian Job, filme de 1969. Era o ideal para transportar um saque, graças às suas características: pequeno, rápido e com espaço de sobra para passageiros e bagagem. Mais recentemente também se pode assistir a uma fantástica perseguição em The Bourne Identity, em que o pequeno – e já velho – Mini percorre as estreitas ruas de Zurique, conseguindo escapar às garras das autoridades helvéticas. (Duvida-se, no entanto, da capacidade de Matt Damon para conduzir um carro com caixa manual…)
Ele é assim. Pequeno e veloz. 35 anos tem o pequeno Clubman vermelho e branco. E apenas quatro mudanças. Mas com um arranque veloz, responde também rápido. John Lennon tinha um, Marianne Faithfull também. E Sara Peres de igual modo.
Dizem que Sir Alec Issigonis desenhou os "bolsos" das portas de modo a que coubesse no seu interior uma bela garrafa de Gordon’s gin. Sara Peres não sabe, pois não só não é apreciadora de gin, como nunca experimentou transportar uma dessas garrafas no seu pequeno Clubman.
Sara Peres sabe apenas que não há som mais bonito que o ronronar do "vermelhinho". Ou a satisfação que dá acelerar até ao limite da quarta mudança num troço de asfalto. Curvar com o "piqueno" dá prazer e as inflexões da caixa são verdadeiras sonatas para o ouvido atento do condutor.
Há que saber puxar o ar quando é preciso. Clássicos como este são delicados e necessitam de ser compreendidos. Os seus pequenos caprichos de funcionamento só podem ser satisfeitos por um verdadeiro amante da - agora primitiva – engenharia (e mestria!) britânica que os gerou.
Resta um pequeno brinde ao "pai" que o concebeu como hoje o conhecemos. 50 anos é uma bela idade para marcante ícone do século que passou. E também muitos terão também concebido no interior destes carros. Muita sementinha terá sido plantada em estofos de Mini’s. As taxas de natalidade agradecem a existência do belo automóvel. Ergamos os copos de gin e cantemos os Parabéns. A Sir Alec. Salve!
(Irónico é que os yuppies que terão certamente sido concebidos no interior dos Mini’s da velha guarda, provavelmente conduzem nos dias de hoje o novo modelo powered by BMW. Mas não sou purista. Já o disse. Afinal, a lenda continua viva.)
It's a Mini!, she said once
A prova de que não sou purista. E como qualquer condutor que siga o slogan BMW - "Pelo prazer de conduzir" - gosto de conforto e de automóveis com direcção assistida, ora pois!