Uma lista sobre os trabalhos empreendidos para conseguir sobreviver à ausência de trabalho remunerado - e isto sem chegar à cansativa fase de entrevista.
1 - Rever, reler e corrigir um CV implica paciência e uma boa memória, além de resistência psicológica: relembrar as más experiências laborais passadas traz alguns instintos psicóticos à superfície. Subitamente, fica-se com vontade de criar bonequinhos de vodoo de antigos chefes e picá-los com agulhas e alfinetes.
2 - Criar contas em sites de emprego é uma seca. Implicam 264 passos até a criação do nosso perfil estar completa e, para que a busca de empregos compatíveis com o nosso perfil seja eficaz, acabamos por receber muito lixo na caixa de correio. Mais um exercício de paciência, naturalmente.
3 - Escrever cartas de apresentação e/ou motivação é equivalente a um esfaqueamento auto-infligido com um alicate de unhas. É doloroso aos bocadinhos e implica coragem - para mim, pelo menos, que sou muito má a fazê-lo (Porque me incutiu a minha mãe aquela ideia de que mentir é feio, quando, na verdade, é tão necessário, principalmente em ocasiões como estas? Agora, esse pensamento ficou enraizado na minha cabeça e contrariá-lo torna-se muito difícil. -.-)
4 - Acordar todos os dias para fazer isto é um exercício de auto-domínio: não apetece sair do quentinho para o frio, enfrentar uma caixa de correio vazia e repetir as mesmas acções diariamente sem ter um ataque de raiva.
5 - Encontrar tarefas que ocupem os espaços vazios que decorrem depois da busca de oportunidades de emprego diárias. Ao fim de duas semanas, tarefas domésticas como passar roupa a ferro, estender roupa, arrumar roupa, arrumar cozinha, fazer camas e arrumar quartos tornam-se excruciantes, assim como actividades que deveriam ser prazenteiras, como ler, escrever, ver filmes e comer se transformam em verdadeiros sacrifícios, dada a abundância de tempo ocioso. Conclusão: tudo o que é demais, cansa. Até o tempo livre.
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