Com interregnos literários pelo meio, pois, quando o tempo abunda, com frequência apetece apenas inserir a cabeça num buraco, qual avestruz. Claro que é um desejo arriscado: nunca se sabe quando o buraco poderá ser um ninho de vespas gigante. -.-
As Teorias Selvagens, Pola Oloixarac: já aqui falei um pouco do livro e acho que se continuar a dissertar sobre os jovens argentinos inteligentes, mas feios, que vivem neste livro, talvez acabe por matar o interesse alheio. De qualquer modo, gostei do retrato particular deste moço e moça argentinos, de Buenos Aires, que, apesar de tudo, devem configurar alguns dos indivíduos que devem compor o tecido alternativo da capital argentina.
Contra o Fanatismo, Amos Oz: este andava escondido algures numa filinha de livros há alguns anos. É livro de pequenas dimensões, ofertado na compra de um jornal Público de um dia que já esquecido na minha memória. Parece que é uma breve compilação de uns textinhos redigidos pelo senhor autor proferidos em conferências e coisas que tais. Mas é bom de se ler. Mais não seja para se poder conhecer a perspectiva de um israelita lúcido em relação ao conflito israelo-árabe.
Wunderkind, Carson McCullers: quando se gosta de determinados autores, creio ser natural buscarmos todos os títulos publicados com o seu nome. Esta prenda oferecida no ano passado, pelo final de Maio, só se leu no início deste ano, mas valeu a pena. Como já aqui apontei algures no blogue, tem até umas coisas bonitas escritas, que valem a pena ler. É uma compilação de uns poucos - cinco, se não estou em erro - contos da autora, publicados recentemente pela Penguin numa colecção que reúne outros contos ou textos breves de grandes autores.
À Volta da Lua, Jules Verne: é um daqueles livritos velhinhos - quase a cair, na verdade, não sei se da idade, se dos próprios materiais de confecção, se dos dois - da Europa-América, no qual peguei uma vez ou duas desde que o ganhei em qualquer coisa na escola (ainda no tempo do básico). Na altura, pequena, iniciei a leitura desta sequela de Da Terra à Lua e assustei-me e desisti da leitura quando vi umas quantas equações matemáticas para mim equivalentes a russo. Este ano, ao limpar estantes e prateleiras, voltei a cruzar-me com ele e achei que devia ler o livro, mais não fosse para me maravilhar com as previsões do autor. E as equações não me morderam.
Ficções de Guerra, vários: à distância, é sempre difícil lembrar todos os contos e todos os autores que lemos. Mas houve um em particular cuja leitura apreciei bastante. Uma breve pesquisa via Google permite-me saber o nome do autor português que assina o conto de que mais gostei: José Martins Garcia. Este desconhecido contribui com «Performance», uma história breve, mas plena de humor de «um homem que, chegado a um aquartelamento na selva, não tem cama onde dormir». Apesar de apenas possuir uma vaga ideia do que foi a Guerra Colonial, este conto contraria tudo o que se poderia esperar de uma narrativa sobre o conflito. Vale tão a pena. Tenho de encontrar o livro que inclui este conto, Katafaraum é uma Nação. Tenho mesmo.
[E foi isto que aconteceu até Abril. Pede-se desculpa pelo atraso, mas sou pessoa com uma vida - quer dizer, às vezes - para viver.]
Monday, September 17, 2012
Lista #9: Livros lidos desde o início até à metade do ano em que nos encontramos [Take 1]
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Carson McCullers,
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Pola Oloixarac
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