... És croma. No fundo é isso. És uma grandessíssima croma. Coleccionas factos, nomes, números, informações inúteis, que mal servem para quizes e jogos de tabuleiro. Enches a cabeça com essas coisas e crias um vazio à tua volta. És o negativo do cavaleiro da armadura branca. Em teu redor não há nada e cá dentro as coisas atafulham-se, rebentam as juntas de metal, porque não há mais espaço. Mas tu fazes força, empurras um pouco tudo o que já lá está, para que caiba mais alguma coisa.
Nos teus actos involuntários de cromice, nesse dia compraste um livro, porque a autora, que tanto prazer te deu escutar, falou de um conto que te intrigou e despertou a atenção. Aliás, apreciaste todo o seu discurso, a sua coerência e lucidez. E fez-te reflectir. O que é bom, porque não é todos os dias que ouves pessoas dizerem coisas dignas de permanecerem na cabecinha por mais que dois segundos. É que isso é uma coisa rara, nos dias que correm.
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