Fernando Pessoa era um tipo que sabia o que dizia, claro está. «Primeiro estranha-se, depois entranha-se». Tinha razão. A
Pola está a dar-me algum trabalho, mas isso não é necessariamente mau. Talvez por anteriormente ter lido alguns livros «fáceis» - ou que não suscitaram muito do meu interesse e entusiasmo, quando comecei a ler
As Teorias Selvagens fiquei confusa. Ou melhor, não estava a conseguir acompanhar o enredo muito bem. Parei na página 65 e pensei arrumar o livro na prateleira, amaldiçoando o dinheiro gasto e o poder de sedução da
Pola - decidi comprar o livro depois de assistir em
streaming à mesa em que ela participou, em conjunto com Valter Hugo Mãe, na
Flip.
Não sei por que motivo, talvez a conjunção cósmica do momento, o posicionamento dos astros, mas, provavelmente graças à minha dificuldade em abandonar um livro a meio, duas semanas depois, voltei à secretária, peguei n'As Teorias Selvagens e recomecei desde o início. Uma vez mais, vá-se lá saber porquê, comecei a nutrir algum afecto pelas personagens fisicamente pouco atractivas desenhadas pela Pola. E estou a gostar bastante do livro.
Afinal, o poder de sedução da Pola estende-se à sua escrita. Mas primeiro estranha-se, depois entranha-se e no final, gosta-se.
É mesmo feia, a Pola, não é? (Pola Oloixarac na Flip.)
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