... Passaste o dia numa prisão mental ao nível da Inquisição Espanhola - e não, não me refiro à versão Monty Python, I wish -, com nós no cérebro que impediam que pensasses com clareza ou sequer raciocinar. Sentiste as vísceras revirar - e não, não foi de enjoo pelo iogurte estragado devorado no dia anterior - vomitaste lágrimas e apeteceu-te apenas mantas e um cobertor na cabeça.
Ofereceram-te um chá de tília - ó Deus, no momento certo, obrigada pelas pessoas certas no momento certo, com a ideia certa - bebeste-o bem quente, tragaste um comprimido para matar a dor de cabeça que te queria matar a ti, acertaste as ideias e trabalhaste.
Saíste do trabalho a tempo, antes da chuva engrossar, ouviste o Rufus (e não, não era o Gato Rufus, de quem também sentes saudades, embora não tantas como do Gato Nico), entraste no metro, leste o livrinho que estás a ler e de que tanto gostas e, quando ias trocar de linha, cruzas-te com um amigo que já não vias há um ano, pelo menos. Uma breve conversa e quando entras na carruagem sorris e pensas que a puta da ironia se ri de ti. Mas hoje ris com ela.
Chegas a casa, que se encontra na paz do senhor, cozinhas o jantar, arrumas as malas, pões as gotas nos olhos e sentas-te para trabalhar mais um bocado. Ao trabalhares deparas-te com uma tirada que te faz rir sozinha mesmo depois de já teres fechado todos os documentos, só de pensares nela. E dás por ti a pensar que realmente ele há dias surpreendentes.
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