Wednesday, January 2, 2013

Cenas da vida no campo #2

Aos 27 anos de idade ouviu, pela primeira vez, a mãe falar-lhe de álcool e sobre como não deve beber em demasia. Aos 27. Se tivesse sido aos 17 - isso -, antes de entrar na faculdade e perceber que, apesar de não gostar de cerveja, a cerveja não era má, ainda entendia. Foi aos 27, depois de ter aprendido a amar a cerveja, a boa, a brune, as Chimay, as Duvel, as Delirium Nocturnum e a perceber que Franziskaner não é «a sua praia».

Ainda antes dos 27, percebeu também a relação qualidade-preço dos vinhos da Península de Setúbal, embora os alentejanos e os dourienses - tintos, sempre - sejam, sem dúvida, muito bons. Aprendeu, entretanto, o sabor forte da Touriga Nacional e a suavidade da Trincadeira, embora quando se compare com Cabernet-Sauvignon esta tenha um travo mais intenso.

Depois da vindima, percebeu que a Fernão Pires é a melhor casta de todas e o quanto a água-pé pode ser refrescante pela jovem idade. Já aos 27 aprendeu a distinguir os diferentes verdes e a reconhecer Loureiro e Trajadura e, naturalmente, a apreciar a leveza do Alvarinho. Tudo isto aconteceu muito antes de tal conversa e através de anos de experiência. Daí que ainda me espante da ocorrência do sucedido. Mas já diziam os outros: «Nobody expects the Spanish Inquisition

[Para não mencionar as repetidas incursões a caves de vinho do Porto, nomeadamente, Ferreira, Ramos Pinto, Calém e Sandeman, assim como as visitas a adegas e quintas, como a de Monção, Reguengos de Melgaço e Monte dos Perdigões.]


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