Meditando sobre o objecto do jantar, que envolveria pequenos pedaços trucidados de um chouriço, eis que penso sobre os prazeres da carne e da comida, no geral. Assoma ao pensamento a visita do senhor Palomar ao talho, durante uma ida às compras, como nos conta Italo Calvino:
«Um sentimento não exclui o outro: o estado de alma de Palomar na bicha do talho é simultaneamente de alegria contida e de temor, de desejo e de respeito, de preocupação egoísta e de compaixão universal, o estado de alma que outros talvez exprimam na oração.»
É por isto que os prazeres e as tentações da carne andam de mãos dadas com a religião.
(Já Fellini dizia que isso tudo se concentrava em Roma - filme e cidade -, algures entre os devoradores de pasta, as prostitutas e os desfiles de moda religiosa.)
Wednesday, December 19, 2012
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