Monday, September 13, 2010

Lista #4: Filmes que ao longo da minha vida me foram influenciando

(As influências das minhas epifanias.)

The English Patient - durante anos, via o filme, ou então apenas um pequeno trecho e transbordava de lágrimas. Naquela altura, era o que me fazia pensar que o amor era bonito e existia. "Do you still wear the thinbal? You silly, I've always did. I've always loved you." E as lágrimas corriam.

Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain - outro que também, durante anos, me convencia que era possível, por mais deslocado ou disfuncional que se fosse, que havia alguém para alguém. Quando fui a Paris, andei à procura de Nino em Monmartre. Não o vi.

Amarcord - foi o reviver de uma infância que não foi a minha, mas de igual inocência. Apesar das partidas, dos risos inconsequentes, aqueles rapazinhos eram simples e provavelmente felizes. E a felicidade, sem pretensões, it's quite rare these days.

I Vitelloni - identifiquei-me com aqueles rapazes. Amigos, grandes amigos, mas uma tremenda "inutilidade" e uma enorme incapacidade de partir. De avançar.

La Meglio Gioventù - as dores de uma família e de dois irmãos, especiais e diferentes. Gostaria de o ter como exemplo para a vida. Que tudo tivesse um fim concertado. Mais ou menos feliz. Mas natural.

Dolls - já aqui o disse, já aqui falei dele. Morreu uma parte de mim. Mas foi uma doçura que se tornou mais forte com essa perda.

2046 - assusta-me. Odeio-os, os timings. Os timings que chegaram numa altura tão imperfeita da vida. Como se pode odiar algo horrível, que, no entanto, nos ajuda a compreender o modo de funcionamento do nosso fluir contínuo? Odeio os timings. Compreendos-os. E por isso os odeio.

Wild at Heart - Lynch não tem pesadelos. Nem é um tipo violento. Os filmes dele são. Mas também há o amor. Esse que, inocentemente, vai resistindo aos ataques contra ele são desferidos. True love waits. E resiste.

A Straight Story - o amor de Lynch. O fraternal. E talvez, para mim, o mais precioso. Ainda que incompreendido.

Italian for Begginers - outro, que desde o início, me fazia crer num sentido oculto da vida. Na ordem no caos. No meio do acaso, da casualidade, eles conhecem-se, apaixonam-se e vivem juntos. Felizes ou não, isso depende da altura.

Breaking the Waves - eu era jovem e bastante ingénua quando alguns filmes me encontraram. Este foi um deles. Chorei, chorei, chorei, como se não houvesse amanhã. É Lars. Sempre coerente consigo próprio.

Tuesday, September 7, 2010

To be Bartleby (I)




I would prefer not to...

see tears.

Thursday, February 25, 2010

Mashup (III)

Como também se poderia dizer que não há dois mashups sem três, um grupo de amigos de San Francisco, inspirando-se no mashup original e no que fora feito em Brooklyn, decidiu criar o seu próprio video.

E se se fizesse algo assim em Portugal, hein? O que pensam disso?

Mashup (II)

Poder-se-ia dizer que um mashup nunca vem só. E, por isso, um grupo de amigos de Brooklyn decidiu celebrar a vida inspirando-se no mashup anterior, com a mesma canção dos Phoenix e passinhos de dança iguais.

Mashup (I)

Foi quando me encontrei com "Remix" de Lawrence Lessig, o pápá dos Creative Commons, que entrei em contacto com o conceito de "mashup". Aqui vai um bem bonito, ponto de partida para várias formas de criatividade.

Saturday, January 23, 2010

Lista #3: Histórias que conheci em 2009 e trouxeram coisas boas para mim

Embora Janeiro e 2010 já tenham começado há algum tempo, este é o primeiro post do ano. Para cortar definitivamente com o ano estranho que passou, mas que, felizmente, teve coisas boas, cá vai uma lista de histórias com que me cruzei no ano passado, mas que me marcaram.

1 - A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson Através da Suécia, Selma Lagerlöf: o pequeno Nils de soquitos animou o início do ano, fugindo de raposas e perigos inesperados, sempre montado no seu amigo ganso.

2 - Coração Solitário Caçador (The Heart is a Lonely Hunter), Carson McCullers: o amor entre dois amigos e o modo como as relações humanas nascem, crescem e são alimentadas. Ou o valor de saber escutar.

3 - Contos Orientais, Marguerite Yourcenar: toda a delicadeza que cerca as histórias das terras onde o sol nasce está contida neste livro belo na proporção inversa às suas dimensões.

4 - Bartleby & Co., Enrique Vila-Matas: a arte do Não. A dimensão de um artista não se mede apenas por aquilo que escreveu. E ponto final.

5 - Margarita e o Mestre, Mikhail Bulgakov: se um dia o Diabo descesse a Moscovo, que aconteceria? Talvez víssemos um gato gordo peludo entregar um copeque ao condutor do eléctrico. E a Massolit, a associação literária do regime, em alvoroço. Pois se a existência de Deus é colocada em questão, o Diabo irrita-se. Afinal, são as faces da mesma moeda.

6 - Contos, Anton Tchekov: os pequenos dramas do quotidiano podem transtornar uma pessoa. Que o digam as personagens de Tchekov. Elas sofrem, mas nunca serão compreendidas.

7 - Os Cantos de Maldoror, Isidore Ducasse, Duque de Lautréamont: sempre que penso neste livro, interrogo-me sobre o seu sentido. Compreendo-o e não o sei expressar. Talvez seja uma viagem ao que de mais primitivo há em nós. Talvez seja o espelho da humanidade. No que de melhor e pior há nela. No mais profundo da natureza humana.

8 - Reflexo Nuns Olhos de Ouro, Carson McCullers: num determinado momento de suas vidas, várias personagens encontram-se. Envolvem-se. Os acontecimentos precipitam-se e a tragédia acontece. Todos somos diferentes, específicos, mas os acontecimentos e as pessoas que vamos conhecendo condicionam-nos. E a vida transforma-se.

9 - Tonoharu, Lars Martinson: uma novela gráfica em quatro volumes que conta a história de um rapaz americano numa pequena cidade japonesa. Além dele, os únicos ocidentais na cidade são os membros de uma família romena a residir num templo. Mas algo de estranho acontece. Que ainda não sei que será. Estou à espera dos próximos volumes. Mas ansiosamente à espera.

10 - Contos Fantásticos, Edgar Allan Poe: o fantástico, o negro e a génese do que um dia viria a constituir a inspiração de Conan Doyle para criar o seu Sherlock Holmes.

11 - Histórias Escolhidas Por Um Psicopata, Edgar Allan Poe: uma mente perturbada não funciona como outras. O olho, o olho, o olho. A obsessão. O sangue.