Wednesday, September 30, 2015

Sem número, número 32


Finais de tarde romanos, no cimo da colina, no parque onde diversas pessoas se reúnem em volta de algumas garrafas de vinho e petiscos improvisados e um homem toca «Si è spento il sole». Eu imagino que ouço a voz do Vinicio Capossela e sinto-me feliz: por instantes estive verdadeiramente em Roma.

Tuesday, September 15, 2015

Sabes que o dia de hoje está cinzento, mas...

... nunca se sabe como irá terminar. A instabilidade climatérica pode sempre estender-se ao estado psíquico e, da mesma forma que acordaste com chuva, não sabes se quando te fores deitar à noite o tempo não estará agrável o suficiente para um passeio nocturno, sem que o vento te despenteie.

Wednesday, September 9, 2015

Sabes que o dia de hoje foi bom, mas...

o diabo sempre esteve e sempre estará atrás da porta. Não há Vaticano, Papa ou religião que nos safe. Só conseguiremos safar-nos se quisermos. A única coisa que vale a pena é a certeza de que fazemos o melhor que podemos. Ou não fazemos? Não alardeio a importância da coragem ou outros clichés que sejam. Não contraí nenhuma doença mortal, só aquela que todos adquirimos a partir do momento em que passámos a existir. Morrerei quando tiver de ser. Mas até lá, espero que o inferno que criar seja mais doce, e menos tortuoso do que todos os outros que já criei até agora.

Tuesday, September 1, 2015

Lista #10: Livros que se transportam para férias [ou como ressuscitar um blogue sem fazer respiração boca a boca]

Sem olhar para datas, para evitar receios, depressões e hesitações, e porque quem vai para o mar avia-se em terra, antecipei as férias escolhendo meia dúzia de livros para levar comigo. Na verdade são mais de seis, e não peçam grande critério. São livros que já começaram a ser lidos e que ficaram a meio e, portanto, têm de ser recomeçados do início, outros foram escolhidos porque a curiosidade deve ser satisfeita, e uns porque simplesmente foram achados perdidos no meio de outros e não merecem ser discriminados.

O Labirinto da Saudade Psicanálise Mítica do Destino Português, Eduardo Lourenço: está na estante desde o segundo ou terceiro ano da faculdade e foi lido, pela última vez, corria o verão de 2006. Para aprender algo de interessante, lá vai ele, novamente, nove anos depois (não deprimas, não deprimas).

a estrada curva, jorge vaz nande: são pequenos contos e, honestamente, já nem sei bem como chegou a mim. Também deve ter uma qualquer relação com os meus tempos de faculdade, porque tanto quanto sei, foi colaborador d'A Cabra. É pequenino e estava perdido no meio de uma estante em casa dos meus pais, mas não é por isso que é menos do que os outros.

Anthology of Black Humour, André Breton: primeiro veio a Nadja. Como L'Amour Fou não se achava em livraria alguma, encontrei-me um dia na Almedina Saldanha com este e, passados cinco anos, depois de iniciada a leitura, achei que estava na altura de avançarmos na nossa relação.

Isto Não é Um Conto, AA.VV.: mais recente, apesar do tema difícil, tem uma história pessoal/laboral a ele associada e é um dos poucos vestígios positivos desse período mais complicado da minha vida.

Tabacaria, Álvaro de Campos: é uma forma de me convencer que até leio poesia e é um clássico.

O Desaparecido (aka Amerika na versão anglo-saxónica), Franz Kafka: porque há coisas que têm início e precisam de ser terminadas para que nunca mais nos voltem a assombrar. E nada disto tem que ver com o pobre Kafka, que nunca chegou a terminar o livro, nem nunca viu a última vontade respeitada (como este livro o testemunha).

Ursamaior, Mário Cláudio: espero que não seja o único título desta trilogia com nome de constelações que leio, mas há que começar por algum lado.

Ficções de Humor, AA.VV.: faltava-me este de entre todos os números «especiais» da revista. E pronto, porque dá sempre jeito um livro de contos, principalmente se tiver piada.

Fora isto, ainda devo andar a ler La famosa invasione degli orsi in Sicilia, do Dino Buzzati, livrinho que já merecia uma tradução para o português. Assim naquela.