Sem olhar para datas, para evitar receios, depressões e hesitações, e porque quem vai para o mar avia-se em terra, antecipei as férias escolhendo meia dúzia de livros para levar comigo. Na verdade são mais de seis, e não peçam grande critério. São livros que já começaram a ser lidos e que ficaram a meio e, portanto, têm de ser recomeçados do início, outros foram escolhidos porque a curiosidade deve ser satisfeita, e uns porque simplesmente foram achados perdidos no meio de outros e não merecem ser discriminados.
O Labirinto da Saudade Psicanálise Mítica do Destino Português, Eduardo Lourenço: está na estante desde o segundo ou terceiro ano da faculdade e foi lido, pela última vez, corria o verão de 2006. Para aprender algo de interessante, lá vai ele, novamente, nove anos depois (não deprimas, não deprimas).
a estrada curva, jorge vaz nande: são pequenos contos e, honestamente, já nem sei bem como chegou a mim. Também deve ter uma qualquer relação com os meus tempos de faculdade, porque tanto quanto sei, foi colaborador d'A Cabra. É pequenino e estava perdido no meio de uma estante em casa dos meus pais, mas não é por isso que é menos do que os outros.
Anthology of Black Humour, André Breton: primeiro veio a Nadja. Como L'Amour Fou não se achava em livraria alguma, encontrei-me um dia na Almedina Saldanha com este e, passados cinco anos, depois de iniciada a leitura, achei que estava na altura de avançarmos na nossa relação.
Isto Não é Um Conto, AA.VV.: mais recente, apesar do tema difícil, tem uma história pessoal/laboral a ele associada e é um dos poucos vestígios positivos desse período mais complicado da minha vida.
Tabacaria, Álvaro de Campos: é uma forma de me convencer que até leio poesia e é um clássico.
O Desaparecido (aka Amerika na versão anglo-saxónica), Franz Kafka: porque há coisas que têm início e precisam de ser terminadas para que nunca mais nos voltem a assombrar. E nada disto tem que ver com o pobre Kafka, que nunca chegou a terminar o livro, nem nunca viu a última vontade respeitada (como este livro o testemunha).
Ursamaior, Mário Cláudio: espero que não seja o único título desta trilogia com nome de constelações que leio, mas há que começar por algum lado.
Ficções de Humor, AA.VV.: faltava-me este de entre todos os números «especiais» da revista. E pronto, porque dá sempre jeito um livro de contos, principalmente se tiver piada.
Fora isto, ainda devo andar a ler La famosa invasione degli orsi in Sicilia, do Dino Buzzati, livrinho que já merecia uma tradução para o português. Assim naquela.
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Estou em boa companhia - a tua, claro! Beijinho.
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