Sunday, November 29, 2020

Frase do Dia #64

Às vezes, a pessoa cruza-se com um gajo que percebe das merdas. Outras, descobrimos miúdas que sabem como é isto de ser pessoa:




Excerto de «Vampires versus Werewolves», em Poukahangatus, de Tayi Tibble

O mundo é um lugar muito grande, cheio de diferenças. Mas, estejamos cá em cima ou lá em baixo, em Portugal ou na Nova Zelândia, o que sentimos é mais parecido do que aquilo que pensamos. 

Saturday, November 28, 2020

Sem número, número 45: Instabilidade

A instabilidade é uma merda que faz mal. É um facto. E quem disser o contrário, é, no mínimo, idiota. Por isso, parece-me inevitável sentir um misto de estupefacção e raiva quando leio/ouço notícias em que um chico-esperto afirma que as novas gerações se caracterizam pela instabilidade, que é «um traço» que as distingue. 

Como não praguejar perante tamanha estupidez? Não se trata de «um traço» das gerações mais jovens, caros. É uma condição imposta. As novas gerações existem e têm de trabalhar num mundo onde a instabilidade lhes foi apresentada como algo inevitável. Dizer que, ao contrário das gerações anteriores, os jovens «preferem a liberdade», e que «não querem ter o mesmo trabalho para o resto das suas vidas», é (permitam-me usar a expressão estrangeira), a load of bullshit. Talvez grande parte das novas gerações optasse por um trabalho estável, ou uma vida estável, se tivesse sequer a possibilidade de escolher. Só que não tem, porque não existe. 

Somos atirados para a realidade pré-existente com o pouco que temos (formação, maturidade, experiência) e, a partir daí, é desenrascar. Como se jogássemos com as cartas que um qualquer croupier escolheu para nós, tendo de nos reger pelas jogadas dos adversários, que têm na sua posse todos os trunfos de alto valor, enquanto nós tentamos apenas somar meia dúzia de pontos. Não é fácil, não é agradável, e envolve, acima de tudo, sorte. Por isso, por favor, senhores, não sejam parvos e não nos tratem como se fossemos estúpidos.

Sunday, November 8, 2020

Frase do Dia #63

Às vezes, a pessoa cruza-se com um gajo que percebe das merdas:



No meu peito não cabem pássaros, Nuno Camarneiro.