Monday, January 23, 2012

Lista #7: Livros lidos desde Abril deste ano* e alguns sobre os quais não me pretendo pronunciar - Parte I

Em Abril ainda me encontrava a ler livros e papers que reforçassem a parte teórica da dissertação final de mestrado. Mas a necessidade de outras leituras foi mais forte e fui pegando nos livros fininhos da estante para desenjoar. O resultado foi este, por ordem cronológica.

1 - A Tentação do Ocidente, André Malraux: a troca de correspondência entre um chinês na Europa e um europeu na China não é assim tão emocionante quanto pensava. O livro foi lido a custo, embora a perspectiva da personagem chinesa fosse sem dúvida a mais interessante, desiludida com alguns dos traços do pensamento ocidental.

2 - Nadja, André Breton: foi mera coincidência os Andrés serem lidos um após o outro. Há muitas referências a outros surrealistas, nomeadamente a Man Ray, ao longo do texto e o livro acaba por deixar perpassar muitos aspectos característicos do sentimento - será isso, sentimento? - surrealista. No entanto, não sei até que ponto Nadja é uma obra de ficção, ou se assenta em eventos reais. Será uma mistura de ambos, talvez. Honestamente, cheguei ao final a pensar que os indivíduos desta época estavam de facto muito à frente, ou então eram apenas um pouco alterados.

3 - O Japão é Um Lugar Estranho, Peter Carey: o autor de Oscar e Lucinda é um apaixonado pelo País do Sol Nascente e perfeitamente habilitado a escrever sobre ele. O livro foi lido por motivos óbvios - para confrontar a minha percepção do Japão com a do escritor - e o resultado foi bastante satisfatório: as nossas ideias sobre o país são semelhantes, embora a minha estadia por lá tenha sido muito mais breve que a dele.

4 - Nenhum Olhar, José Luís Peixoto: é como se, subitamente, Garcia Márquez tivesse ido até Galveias. E, sim, eu sei, este não foi o seu primeiro romance, mas esse ainda não comprei e, como tal, ainda não li. (Oh, private joke...)

5 - Naïf. Super., Erlend Loe: não conhecia, mas rapidamente compreendi o seu sucesso nos países nórdicos. Embora soe a feel good book, não o é. As verdades difíceis estão todas lá. Custe o que custar. Ah, e claro, oferece soluções práticas para a resolução de problemas, como as famosas tábuas de martelar.

6 - Crónica dos Bons Malandros, Mário Zambujal: a lacuna foi preenchida e originou muitos sorrisos, à época necessários. Foi muito bom conhecer estes bons malandros e as outras histórias que vêm atrás.

7 - Por Este Mundo Acima, Patrícia Reis: o poder dos livros é imenso. E a Patrícia é uma fabulosa contadora de histórias. Por isso não conto mais, leia-na que vale a pena.

8 - A Noite das Mulheres Cantoras, Lídia Jorge: uma escrita límpida e a perspectiva de uma mulher como nunca eu lera. É o seu último livro, poderá, segundo os conhecedores da sua obra, não ser o mais extraordinário, mas foi através dele que Lídia Jorge me foi apresentada e é a partir dele que espero vir a conhecer todos os seus livros anteriores.

9 - o nosso reino, valter hugo mãe: leu-se de um trago, começou-se pelo primeiro. E valeu bem a pena. É triste, mas profundamente belo. Como a escrita do Valter é.

10 - o apocalipse dos trabalhadores, valter hugo mãe: ao contrário d'o nosso reino, que me comoveu, este apocalipse compôs-se de risos. E, embora não seja tão brilhante como o reino, será porventura um dos preferidos.

* Deste ano que era 2011 e já passou a 2012. 

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