Friday, February 24, 2012
Sunday, February 19, 2012
A postcard a day keeps the sadness away #15
A propósito de David Lynch...
... este foi o primeiro filme dele que vi, devia ter 12/13 anos. Ainda criança, vi uns episódios de Twin Peaks dos quais pouco me recordava. Tanto que, quando há alguns anos decidi rever a série, percebi que a música que tanto me assustava em pesadelos recorrentes era afinal a música do genérico de Twin Peaks. Ah, David (e Angelo Bandalamenti), sempre a marcar a vida dos espectadores!
... este foi o primeiro filme dele que vi, devia ter 12/13 anos. Ainda criança, vi uns episódios de Twin Peaks dos quais pouco me recordava. Tanto que, quando há alguns anos decidi rever a série, percebi que a música que tanto me assustava em pesadelos recorrentes era afinal a música do genérico de Twin Peaks. Ah, David (e Angelo Bandalamenti), sempre a marcar a vida dos espectadores!
Wednesday, February 15, 2012
Se numa noite de Inverno* uma leitora #2
Numa soalheira tarde de Inverno, a leitora, sentada à sua secretária, sentiu um piscar de olho de Dino Buzzati. Quando a noite fria chegou, a leitora decidiu-se finalmente a abrir o livro e a levá-lo consigo para a lareira (já Calvino dissertara naquele livro cujo título partilha semelhanças com o deste post sobre a necessidade de uma leitura confortável e cómoda). Sentou-se na ponta do sofá, pés apoiados no degrau da lareira, pousou com cuidado o livro nos joelhos e abriu-o, folheando delicadamente as páginas. «I sette messaggeri» é o primeiro dos Sessanta racconti. Leu sozinha em voz baixa, pronunciando vagarosamente os vocábulos italianos, ponderando o significado de cada um. Comoveu-se com a história do príncipe viajante em busca dos limites do seu reino. Leu a sua solidão, a sua morte. Entristeceu pensativamente. Terminou a leitura. Fechou o livro. Levantou-se, olhou as brasas mortas. Saiu da sala. Desapareceu na noite.
Labels:
Dino Buzzati,
Italo Calvino,
Sessanta racconti
Saturday, February 11, 2012
When life gives you lemons... #1
...you make lemon juice and get slimmer.*
*Not mad at life. Just trying to prove I'm smarter than it is.
Wednesday, February 1, 2012
Lista #8: Não ter trabalho dá muito trabalho
Uma lista sobre os trabalhos empreendidos para conseguir sobreviver à ausência de trabalho remunerado - e isto sem chegar à cansativa fase de entrevista.
1 - Rever, reler e corrigir um CV implica paciência e uma boa memória, além de resistência psicológica: relembrar as más experiências laborais passadas traz alguns instintos psicóticos à superfície. Subitamente, fica-se com vontade de criar bonequinhos de vodoo de antigos chefes e picá-los com agulhas e alfinetes.
2 - Criar contas em sites de emprego é uma seca. Implicam 264 passos até a criação do nosso perfil estar completa e, para que a busca de empregos compatíveis com o nosso perfil seja eficaz, acabamos por receber muito lixo na caixa de correio. Mais um exercício de paciência, naturalmente.
3 - Escrever cartas de apresentação e/ou motivação é equivalente a um esfaqueamento auto-infligido com um alicate de unhas. É doloroso aos bocadinhos e implica coragem - para mim, pelo menos, que sou muito má a fazê-lo (Porque me incutiu a minha mãe aquela ideia de que mentir é feio, quando, na verdade, é tão necessário, principalmente em ocasiões como estas? Agora, esse pensamento ficou enraizado na minha cabeça e contrariá-lo torna-se muito difícil. -.-)
4 - Acordar todos os dias para fazer isto é um exercício de auto-domínio: não apetece sair do quentinho para o frio, enfrentar uma caixa de correio vazia e repetir as mesmas acções diariamente sem ter um ataque de raiva.
5 - Encontrar tarefas que ocupem os espaços vazios que decorrem depois da busca de oportunidades de emprego diárias. Ao fim de duas semanas, tarefas domésticas como passar roupa a ferro, estender roupa, arrumar roupa, arrumar cozinha, fazer camas e arrumar quartos tornam-se excruciantes, assim como actividades que deveriam ser prazenteiras, como ler, escrever, ver filmes e comer se transformam em verdadeiros sacrifícios, dada a abundância de tempo ocioso. Conclusão: tudo o que é demais, cansa. Até o tempo livre.
1 - Rever, reler e corrigir um CV implica paciência e uma boa memória, além de resistência psicológica: relembrar as más experiências laborais passadas traz alguns instintos psicóticos à superfície. Subitamente, fica-se com vontade de criar bonequinhos de vodoo de antigos chefes e picá-los com agulhas e alfinetes.
2 - Criar contas em sites de emprego é uma seca. Implicam 264 passos até a criação do nosso perfil estar completa e, para que a busca de empregos compatíveis com o nosso perfil seja eficaz, acabamos por receber muito lixo na caixa de correio. Mais um exercício de paciência, naturalmente.
3 - Escrever cartas de apresentação e/ou motivação é equivalente a um esfaqueamento auto-infligido com um alicate de unhas. É doloroso aos bocadinhos e implica coragem - para mim, pelo menos, que sou muito má a fazê-lo (Porque me incutiu a minha mãe aquela ideia de que mentir é feio, quando, na verdade, é tão necessário, principalmente em ocasiões como estas? Agora, esse pensamento ficou enraizado na minha cabeça e contrariá-lo torna-se muito difícil. -.-)
4 - Acordar todos os dias para fazer isto é um exercício de auto-domínio: não apetece sair do quentinho para o frio, enfrentar uma caixa de correio vazia e repetir as mesmas acções diariamente sem ter um ataque de raiva.
5 - Encontrar tarefas que ocupem os espaços vazios que decorrem depois da busca de oportunidades de emprego diárias. Ao fim de duas semanas, tarefas domésticas como passar roupa a ferro, estender roupa, arrumar roupa, arrumar cozinha, fazer camas e arrumar quartos tornam-se excruciantes, assim como actividades que deveriam ser prazenteiras, como ler, escrever, ver filmes e comer se transformam em verdadeiros sacrifícios, dada a abundância de tempo ocioso. Conclusão: tudo o que é demais, cansa. Até o tempo livre.
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