Thursday, July 11, 2013
Sem número, número 17
Tanto por resolver e já tão próxima dos 30. Às vezes questiono-me se além dos problemas imediatos e quotidianos, que resultam das vivências que acumulamos, será possível resolver questões mais profundas, as que datam de décadas anteriores a esta e sobre as quais partimos durante anos para agirmos em relação aos outros e a nós próprios. Temo um pouco - sempre fui muito medrosa, não é novidade temer o que quer que seja - não conseguir alterar esses pedregulhos da minha conduta. Mas depois penso no Acordo Ortográfico e ganho algum ânimo: durante quase 22 anos aprendi a escrever de uma forma específica e pratiquei essa ortografia com afinco. Depois de ter sido forçada a recorrer ao Novo Acordo Ortográfico (NAO), fui interiorizando as mudanças nas palavras - físicas apenas, salve-se isso - e, apesar da minha resistência, dou por mim muitas vezes aplicando a nova ortografia. Nunca pensei dizer isto, nem nunca pensei abençoar o NAO, mas hoje, ao reflectir sobre o ego (o conceito do Freud), senti esperança ao pensar no modo como escrevo as palavras que mudaram. E talvez mesmo a forma de agir mais errada que esteja enraizada possa, na verdade, ser alterada. É apenas uma questão de treino. E de erosão - um bonito fenómeno geológico. Além disso, a minha avó sempre disse: «Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura».
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