Tem início a série de posts Made in China. Baseado no nome do álbum de fotos criado durante a estadia na Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China - ou, para os que sabem como funciona, RAEM, ou, "o" território, ou, apenas e simplesmente, Macau -, não pretendo, contudo, com esta série, nada de especial, nem espero que cumpra uma função especial, que vá mudar a vossa vida. A ideia é apenas partilhar algumas das imagens que trouxe comigo, mostrar-vos uns pedacinhos do território, pois, no que respeita a esta experiência - uma espécie de Fear and Loathing in Macao - é difícil explicar o que aconteceu, o que foi, e o que é Macau. Só vos posso dizer: vão lá e depois contem-me como foi.
Para vos iniciar no que seria uma ida normal para o trabalho, mostro-vos o início do percurso. Sem análise semiótica da imagem, vou directa ao assunto. Era descendo estes lances de escadas, que ocupam metade da rua, que me dirigia à redacção do JTM. Aqui não se vê, mas de ambos os lados funcionavam - e ainda hoje devem funcionar - uns "Estabelecimentos de Comida", como são designados na velhinha tradução portuguesa. Não irei muito longe na sua descrição. Posso apenas asseverar que de noite, no verão, à noite, nesta rua, é possível conviver com baratas do tamanho de camarões, e que, durante o dia, se convive com os tachos e as panelas ali lavadas no chão, mesmo na rua.
Contudo, o que se destaca, de modo proeminente, nesta rua, de nome meu desconhecido, é o odor. Com a humidade e o calor do verão, os odores tornam-se mais intensos e uma mescla de sweet and sour - agridoce para quem não fala estrangeiro - atinge as narinas como um torpedo mortífero. Nunca pensei recear os cheiros. Foi preciso ir até ao outro lado do mundo para entender o seu poder. E posso afirmar com toda a propriedade que nunca devem substimar o poder do cheiro de frango doce às 7h00 da manhã quando ainda não se tomou o pequeno-almoço!
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